Você já parou para pensar que no Brasil, as primeiras professoras de educação infantil foram as mulheres escravizadas que se ocupavam da criação das crianças brancas?
Será que a opressão das mulheres que se ocupam dos cuidados diários com a primeira infância mudou muito desde então?
Você sabe o nome e a formação da professora que educa seu filho/filha?
Você sabe de quantas crianças ela cuida? Algumas professoras cuidam de salas com 30 crianças ou mais, sem auxiliar de classe! Cuidar de UMA criança já é um desafio, já imaginou cuidar de 30 ou mais?
Você sabe se além do horário de almoço ela tem direito a algum momento de pausa para descanso para sentar, tomar um café, ir ao banheiro, etc. sem estar responsabilizada pelos cuidados com as crianças? É muito comum professoras de educação infantil trabalharem SEM PAUSA durante os turnos (apenas com a pausa do almoço)
Você sabe se ela é registrada como professora? Ou se ela é registrada como MEI, auxiliar, recreacionista, instrutora ou algo semelhante, fazendo com que ela perca os benefícios de professora (aposentadoria 5 anos mais cedo, férias no mês de julho, salário piso de professora, etc.)
Você sabe qual é o salário dela? Muitas professoras e auxiliares de sala trabalham em período integral e recebem salários tão baixos que mal pagam a alimentação do mês todo.
Você sabe de quantas crianças e quantas vezes por dia ela troca roupas de natação, balé, capoeira, judô, etc, etc, etc? Trocar uma criança já é um desafio, já pensou a loucura que é trocar a roupa de 30 crianças várias vezes por dia, com todos os uniforme iguaizinhos e do mesmo tamanho?
Você sabe se quando ela tem algum desafio com o comportamento ou aprendizado de alguma criança ela tem apoio de outros profissionais da escola ou ligados ao processo educativo (diretora, coordenadora, psicóloga, psicopedagoga, fonoaudióloga, assistente social, etc.)?
No dia 15 de outubro teremos o dia das professoras e provavelmente veremos muitas homenagens a essas profissionais, mas antes de homenagens, o mais importante é oferecer condições dignas de trabalho e valorização!
Marina De Martino
Mediadora de diálogos, facilitadora de grupos de Comunicação Não-Violenta e Justiça Restaurativa
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