Como a Comunicação Não-Violenta melhorou meu equilíbrio emocional
Um dos pontos-chave da Comunicação Não-Violenta e que para mim foi o diferencial em relação às outras práticas de autoconhecimento que experimentei foi aprender a identificar meus sentimentos e minhas necessidades.
Para a Comunicação Não-Violenta, as necessidades são os fatores que promovem e sustentam o equilíbrio físico, mental, emocional e espiritual do nosso organismo. Todas as ações que fazemos em nosso dia-a-dia são motivadas pelo objetivo, mesmo que inconsciente, de atender a essas necessidades e assim nos mantermos equilibradas e saudáveis.
Entender o que nos motiva é um passo muito importante para nos auxiliar a planejar nossas ações com mais clareza e de forma que realmente estejam a serviço de nossa vida, de nossa saúde e alinhadas com nossos valores.
Um outro ponto relevante foi entender a relação entre sentimento e necessidade. Quando eu não conhecia esse mecanismo, eu me deparava com sentimentos e emoções dolorosas e me sentia mal por isso, era como se estar sendo atravessada por esses sentimentos fosse algo errado, algo que não deveria acontecer, eu não sabia porque eu me sentia desse modo e nem como deixar fluir, aquela energia ficava estagnada, sendo remoída e retroalimentada.
Com a Comunicação Não-Violenta, entendi que os sentimentos, inclusive os mais dolorosos e desconfortáveis, tem a função de indicar para a consciência se as nossas necessidades estão atendidas ou não.
Quando nossas necessidades estão atendidas, temos sensações agradáveis: alegria, tranquilidade, entusiasmo... E nosso organismo, por meio dessas sensações, nos dá o feedback de que a situação em que nos encontramos sustenta e acolhe a vida em nós, então podemos permanecer naquele local ou continuar o que estamos fazendo.
Quando nossas necessidades não estão sendo atendidas, temos sensações desagradáveis: medo, tristeza, raiva... Dessa forma, nosso organismo, por meio do desconforto, nos dá o feedback de que a situação em que nos encontramos está colocando nossa saúde em risco, e a dor (seja física ou emocional) tem a função nos impulsionar a sair, fugir, interromper aquilo que ameaça a nossa integridade.
Uma forma rápida de nos acolhermos quanto nos deparamos com algum sentimento muito intenso é praticar a autoempatia, nos fazendo as seguintes perguntas:
O que estou sentindo?
Do que estou precisando neste momento?
Você também pode fazer um exercício diário para se tornar mais consciente do seu estado emocional e também de suas necessidades. Mantenha um diário de anotações em que ao final de cada dia você possa anotar quais foram os sentimentos que se fizeram mais presentes durante o dia e quais necessidades suas foram atendidas ou não atendidas.
Marina De Martino
Facilitadora de grupos de Comunicação Não-Violenta e Justiça Restaurativa
Atendimentos individuais, casais, famílias, empresas, ongs, escolas